Cartaz de qualidade<br>para todas as idades
O CineAvante! propõe, este ano, um programa variado, para diferentes idades, e de imensa qualidade, com uma nova e diferente visão sobre o cinema.
As manhãs são dirigidas às crianças
As manhãs são dirigidas às crianças com um conjunto de filmes de animação exibidos em colaboração com a Monstra – Festival de Animação de Lisboa.
No sábado, o CineAvante! vai ter «A Monstra à Solta», uma forma de continuar a homenagear Vasco Granja, militante do PCP, e de divulgar o cinema de animação produzido em todo o mundo, tal como ele fez durante anos na RTP. «Acreditava do Nada», «Amélia & Duarte», «Do Céu e da Terra», «Estilhaços», «Fado do Homem Crescido» e «Fuligem» são as obras, nacionais, que integram esta sessão de animação, para maiores de 12 anos.
A «Monstrinha», no domingo, com obras de Portugal, Alemanha, Croácia, EUA, França, Letónia e Rússia, é dirigida para crianças a partir dos três anos, que poderão ver «Poder Minúsculo», «Professor Balthazar – Vida de Desportista», «Senhor Jaime», «Joaninha», «Capitão Peixe», «Uma pequena senhora gorda», «Quando as maçãs rebolam», «Olá Amigo», «O Hipopótamo e o Sumo», «Doce Casulo», «Hóspede Perfeito», «Um, Dois, Árvore» e «Alfabeto Divertido».
O melhor do cinema português contemporâneo continua a ser a grande aposta deste espaço. A diversidade salta à vista, através das películas: «Cavalo Dinheiro», «Balada de um Batráquio», «A Glória de Fazer Cinema em Portugal», «Montanha», «Volta à Terra», «O Dr. Adrián e os 5 Senhores».
Os filmes documentais «Auto Rádio», «Condrong», «Edeme», «Que dia é hoje?», «Vales e Valeiras» abrem aos espectadores mais possibilidades de contacto com a cultura e a história.
No sábado à tarde tem lugar a já habitual sessão de curtas-metragens do Shortcutz Lisboa, onde passarão: «Pronto, Era Assim», «Bicho Vai» e «Swallows».
A programação do CineAvante! conta ainda com duas longas metragens estrangeiras: «Journey To Hell» e «A Lei do Mercado».
Homenagem
ao cinema português
Cavalo Dinheiro (2014)
Enquanto, a 25 de Abril de 1974, os jovens capitães faziam a revolução nas ruas, o povo do bairro das Fontainhas, hoje demolido em nome do progresso, procurava o Ventura – um cabo-verdiano apresentado em anteriores filmes realizados por Pedro Costa – que se perdeu no bosque.
Montanha (2015)
Num Verão quente em Lisboa, David, 14 anos, aguarda a morte iminente do avô, mas recusa-se a visitá-lo, temendo esta perda terrível. A mãe, Mónica, passa as noites no hospital. O vazio pela falta do avô obriga David a tornar-se o homem da casa, embora este não se sinta pronto para assumir o novo papel. O fim da infância aproxima-se sem que ele se aperceba. «Montanha é realizado e escrito por João Salaviza.
Volta à Terra (2015)
O filme, de João Pedro Plácido, conta a história de uma comunidade em extinção: camponeses que praticam agricultura de subsistência numa aldeia das montanhas do Norte de Portugal, esvaziada pela imigração.
De entre os 49 habitantes de UZ, encontramos António, antigo emigrante que realizou o sonho de regressar ao País e prepara a festa da aldeia para o Verão, e Daniel, jovem pastor que sonha com o amor ao anoitecer.
O Dr. Adrián e os 5 Senhores (2015)
De Francisco Moura Relvas, este documentário aborda diferentes dimensões factuais no campo da esquizofrenia, que se complementam entre si como uma procura constante pela verdade.
É através do Dr. Adrián, director clínico do Centro Hospitalar Conde Ferreira, e de cinco pacientes, que somos confrontados com outras representações do real.
Auto Rádio (2016)
Tal como o disco, o filme «Auto Rádio», de Gonçalo Pôla, é uma viagem pelo País, pelas canções e pela música. Fala sobre Afife, sobre a Guiné, sobre concertos esquecidos no terreiro da Aldeia da Pedralva ou sobre fazer música em Portugal; é uma ode à dureza da estrada, aos concertos falhados, aos bem sucedidos, aos discos, à rádio, ao Verão e ao País, enquanto conta a aventura insólita de uma longa jornada por Portugal quase inteiro numa carrinha carregada de equipamento até ao tejadilho. Além disso, como documentário que é, mostra-nos inúmeros detalhes sobre as canções; descodifica-as e contextualiza-as.
Balada de um Batráquio (2016)
Tal como os ciganos, os sapos de loiça não passam despercebidos a um olhar mais atento. Este documentário, de Leonor Teles, surge assim num contexto ambíguo. O filme intervém no espaço real do quotidiano português como forma de fabular sobre um comportamento xenófobo.
A Glória de Fazer Cinema em Portugal (2015)
A 18 de Setembro de 1929, José Régio escreveu uma carta a Alberto Serpa onde manifestou a vontade de fundar uma produtora para começar a fazer cinema. Para isso, pediu-lhe que contactasse um amigo seu, que teria uma câmara de filmar. Durante quase noventa anos, nada se soube sobre o desfecho deste pedido: nunca se encontrou qualquer resposta de Serpa à carta e Régio não terá voltado a mencionar o assunto. Porém, a descoberta de velhas bobines no espólio de um coleccionador, parece conter o desfecho desta história. Um filme de Manuel Mozos.
Condrong (2016)
Uma entidade misteriosa vive entre a população da Gâmbia. Gonçalo Almeida, estudante na London Film School, capta a essência de uma pequena vila piscatória e da sua população, com uma estética preto&branco fantástica e uma banda sonora intrigante de Andrea Boccadoro a acompanhar.
Edeme (2016)
Edeme nasceu no Louzal, Alentejo em 1934. Militante activa do PCP, participa regularmente em manifestações. Um documentário de Bruno Martins.
Vales e Valeiras (2016)
Neste documentário de Gonçalo Costa, Francisca, de 14 anos, vive com os avós, Manuel e Maria, um casal com mais de 50 anos que vive, numa aldeia pacata, do que a terra lhes dá. Certo dia a sua dúzia de galinhas foi roubada. Após perguntarem aos vizinhos, um a um, se sabem de alguma coisa, sem resultado, chegaram à ingénua e inocente conclusão de que foi o Estado que lhes roubou as galinhas, através de uma fundamentação lógica e consciente de diferenças e injustiças sociais. Arrasados, nada puderam fazer.
Que dia é hoje? (2015)
Nesta curta-metragem animada, de carácter documental, o Grupo de Jovens de Montemor-o-Novo regista, ao longo de dois meses, testemunhos de uma geração distinta, entrando numa viagem pela memória de 40 anos passados numa ditadura e outros 40 numa democracia enfabulada. Uma luta por direitos que se converteu, ao longo dos anos, na ilusão da moeda controlada e no forte consumo que anestesia e manipula a sociedade actual.
Olhar o mundo
A Lei do Mercado (2015)
Aos 51 anos e depois de 20 meses no desemprego, Thierry começa um novo trabalho que, em breve, o levará a enfrentar um dilema moral. Que estará ele disposto a aceitar para manter o emprego? Um filme, de Stéphane Brizé, sobre o lugar de um homem no sistema, interpretado por Vincent Lindon, Prémio de Melhor Actor no Festival de Cannes.
Journey to Hell (2016)
O filme centra-se em Mehmet, o filho mais novo de uma família conservadora, que trabalha na pastelaria do seu pai, um homem reaccionário e repressivo.
A história de Mehmet dá a conhecer como uma rede religiosa local se tornou uma rede mundial de «terror jihadista».
O filme, de Mustafa Kenan Aybasti, revela como esta máquina de terror é alimentado pelas teias do reaccionarismo religioso e como entra em conflito com a «humanidade».
Shortcutz no Avante!
Pronto, Era Assim (2016)
De Joana Nogueira e Patrícia Rodrigues, este é um documentário animado executado em stop motion e completado com animação 2D. A curta-metragem apresenta a história de vida de seis idosos, quatro senhoras e um casal, que sobre a forma de entrevistas dão voz aos objectos que protagonizam este documentário, partilhando as suas histórias de vida em momentos fragmentados que oscilam entre o passado, o presente e o futuro.
Bicho Vai (2015)
Nesta película, realizada por Mário Melo Costa, a história desenrola-se numa casa isolada no interior de Portugal. Luís, filho de António, vive com a mãe e a avó. O regresso do pai, passados cinco anos, revela-se uma surpresa para todos. Numa conversa com António, Lucília, a mãe, apesar do grande sofrimento que lhe causa, deixa o seu filho partir com o pai. Luís, ao despedir-se, devolve à mãe uma certa esperança.
Swallows (2015)
Em Londres, esta curta-metragem, de Sofia Bost, traz a esperança de uma vida num país e numa casa que não é a nossa, longe da relação que deixámos para trás.
«A Monstra à solta»
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Do Céu e da Terra (2012), de Isabel Aboim Inglez
- Acreditava no Nada (2014), de Vanessa Caeiro
- Fuligem (2014), de David Doute e Vasco Sá
- Fado do Homem Crescido (2012), de Pedro Brito
- Estilhaços (2016), de José Ribeiro
- Amélia & Duarte (2015), de Alice Guimarães e Mónica Santos
Monstrinha
-
Poder Minúsculo (2015), de Chen Chang (EUA)
- Professor Balthazar – A Vida de Desportista (1977), de Zlatko Grgić (Croácia)
- Senhor Jaime (2015), de Cláudio Sá (Portugal)
- Joaninha (2015), de Marina Karpova (Rússia)
- Capitão Peixe (2014), de John Banana (França)
- Uma Pequena Senhora Gorda (2015), de Alla Churikova (Alemanha)
- Quando as Maçãs Rebolam (2009), de Reinis Kalnaellis (Letónia)
- Olá Amigo (2015), de Christina Chang e Charlie Parisi (EUA)
- O Hipopótamo e o Sumo (2015), de Alexey Minchenok (Rússia)
- Doce Casulo (2014), de Matéo Bernard, Matthias Bruget, Jonathan Duret, Manon Marco e Quentin Puiraveau (França)
- Hóspede Perfeito (2015), de Ru Kuwahata (EUA)
- Um, Dois, Árvore (2015), de Yulia Aronova (França)
- Alfabeto Divertido (2011), de Reinis Kalnaellis (Letónia)